segunda-feira, 1 de março de 2010

Calcanhares

As cartas de amor, os poemas e as músicas que se destinam a mulheres, ou ao menos a descrevê-las, são tão lineares e clichês.
E eu, que não sou nem um nem outro fico me questionando com a cabeça cuidadosamente encaixada entre as almofadas e debaixo de um obstáculo que faz sombra em mim: Quantas pessoas já olharam de baixo de uma gaveta?
Eu estou apenas a espera, daquele que vai me perguntar se eu já tomei banho deitada, se já bebi algo de cabeça pra baixo ou o que é o medo, que todos dizem sentir, mas que não o afeta. Aquele da oitava série, que eu usava num discurso decorado. Esse mesmo, com os dreads, sem um puto no bolso, me levando pra Bahia e me chamando de "pretinha".
Eu não sei se eu quero me sentir segura agora. Ou mais perdida do que nunca. Talvez a segunda opção. Queria cabeça nas nuvens, calcanhares nos lençóis freáticos e cosquinha... Quero amor, quero amar.



(adooorei. não sei de quem é)

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